19.4.11

Adeus e Até Já Jardim do Príncipe Real

Há uma passagem de um livro da Marguerite Yourcenar que tem um “cool” (tom) de que gosto. Não tenho a certeza da existência dela (da passagem), mas estou certo da propriedade reveladora dela, ainda que não exista.


Tão, ou mais, certo como hoje ter googlado as palavras supostas desses parágrafos que talvez tenha sonhado, ou – mais provavelmente – deturpado. Googlado sem que à rede tenha vindo qualquer resultado capaz de desfazer a dúvida ou definir a fronteira entre o que li e o que sonhei/”deturpei”. Essa passagem fala de uma casa horrível, recente e obra de dinheiro fresco de um milionário famoso. Construída na vizinhança – Provençal? – da casa da escritora. Ela? Tranquila! O tempo encarregar-se-á de devolver ao lugar o que a casa parece ter interrompido. Crescerão silvas, sucederão tempestades, de onde se forma o musgo e de onde vem o alimento dos fungos.

“O tempo esse grande escultor”, acho que era nesse livro que li isto, mas não encontrei. Só sei que é essa verdade a que me conforta depois do que fizeram ao Jardim do Príncipe Real. Até já!








1 comentário:

Jorge Pinto disse...

Tem piada que me lembro também perfeitamente dessa passagem da Marguerite que referes. Creio que ela estava a viver algures na costa leste dos States e na propriedade que adquirira já só se vislumbravam vestígios de uma sólida mansão que entretanto a vegetação, no espaço de uma geração, engolira (Ah, o tempo, esse grande escultor).