21.2.10

PEDRO GABRIEL FLASH


(Imagem tirada aqui)


Perco-me e gosto desse abandono que imita nas ideias o balanço indolente dos braços, devagarinho antes de se soltarem como as ideais que se irão dissociando.


Dançar. A música é de Peter Gabriel e toma conta de mim, as ideias perdem razão e são só imagens e sensações, desfilam nos ecrãs dos olhos fechados como planos de um filme que se move ao som dos movimentos dos braços que pertencem agora à música e embalam o corpo que se perde com os olhos fechados e recua para muito longe daquelas pessoas que podiam não estar ali, sim podiam, mas não era a mesma coisa, afundo-me e agora danço como se não existisse mesmo ninguém e fica uma clareira grande à minha volta, a clareira da música como a desta que ouço agora e que me faz escrever isto e recuar a São Martinho do Porto em 1978, numa festa, festa mesmo com meninas bonitas e um futuro que eu ia ali espreitar, antecipando os miles prazeres que haveriam de vir.


Fonte: Peter Gabriel: a ouvir aqui (a de então) e aqui (a de agora).


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