Yes You Can (tt09)
O facto de milhões de pessoas sentirem hoje a frase "YES WE CAN", como às vezes se sente quando saímos de um bom filme e o herói nos dava super-poderes, é para mim suficiente para continuar a acreditar em ambos, nas pessoas e nele. Nestes tempos não há meias tintas, ou se acredita ou não e eu não posso deixar de acreditar, está-me na natureza, está-ma na composição da alma, está-me nas suadades que tenho não do tempo em que eu fazia anos, mas do tempo em que eu sabia rezar. God Bless You Obama.
18 comentários:
melhor é acreditar mesmo!
se todo mundo vibra pro alto, algo bom acontece!!!
jú mancin
Meu caro,
Não é pelo facto de eu dizer muitas vezes "yes, i can" que eu consigo saltar dois metros de altura.
Que ande toda a gente eufórica a dizer "yes, we can" é um péssimo sinal, é o pior sinal possível. É o sinal que as pessoas entregam à superstição, à fezada, à sorte, às crendices da senhora Oprah e do livro "O segredo" o seu destino, em vez de confiarem na inteligência e na razão.
Não antevejo nada de bom.
E felizmente, somos a geração que tem o privilégio de ser testemunha deste facto fundamental da história de todos.
Não exagere, Patti.
A História está cheia de dias absolutamente irrelevantes e esquecidos que aqueles que os viveram consideram históricos e inolvidáveis.
Suspeito é que também esse o destino do dia de hoje.
Caro Funes,
É sempre uma honra tê-lo aqui e só não escrevo em pé porque francamente doie-me as costas de ter estado toda a noite a pintar.
Confesso que escrevi este post depois de ter lido o seu, brilhante como sempre, sobre Obama. O "eu posso" e o que está antes dele, que é a fé, se não me faz ser capaz de saltar 2 metros, faz-me ser capaz de saltar mais alto do que se não me sentisse capaz.
Para mim a simpatia e esperança colectivamente sentida pelo "nós podemos" de Obamana vem de dentro de cada uma das pessoas que celebram o que hoje aconteceu, de uma espécie de intuição vital que nada tem a ver com a superstição ou com qualquer coisa de transcendente, tem a ver, no limite, com a capacidade dos homens intuirem, na situação limite como penso ser aquela que vivemos, a melhor solução para a sobrevivência. Paradoxalmente percebo o seu cepticismo e, mais grave, sei que ele é proFunemente mais humano que o meu optimismo.
Da mesma geração, no meu caso contemporâneos na capícua dos 44 anos, que eu tenho, que tinha o novo Presidente quando decidiu candidatar-se e com o número de ordem que lhe coube como 44º presidente dos Estados Unidos. Afinal o Funes tem razão é tudo superstição.
Funes, já que se dirige a mim e ao meu comentário no blog do Tiago deixe-me responder-lhe que quando me refiro ao ser "testemunha deste facto fundamental da história de todos", estou a falar de um acontecimento que há 30/40 anos atrás, seria quase impossível de ver na América, onde os negros ou pretos, como preferir, nem nos mesmo autocarros, escolas, ruas e restaurantes poderiam estar se lá houvesse brancos. Quanto mais ser presidente da república dos EUA, uma nação profundamente racista!
É a isso que eu acho ter o privilégio de assistir.
Obama para mim é só mais um presidente americano, a cor azul, preta ou cor-de-rosa às riscas é-me indiferente e não faz um homem e muito menos a história do mundo. Parece que não me entendeu e se precipitou na sua análise ao meu comentário. Eu não estava de todo a falar de política.
E já agora caro Funes, obrigada pela visita ao meu blog de fotografias e, sem ofensa, não me avalie politicamente sem me conhecer.
Congratulations, Mr. President! God bless you and 'Yes, you can!', so help you God.
Um Príncipe! Um Leão! :)
Funes: ai os arautos...
Cara Patti,
Quando discuto com alguém (e, em especial, com alguém que não conheço nem me conhece) gosto de deixar claro que procuro manter uma postura de absoluta lealdade e honestidade intelectual. A Patti acusa-me de a avaliar politicamente sem a conhecer. Tenho que reconhecer que a sua crítica é justa e que as palavras que deixei escritas no seu blogue consentem a leitura de que eu a considero politicamente inapta, para não dizer pior. Devo-lhe, por isso, um pedido de desculpa. Mas juro-lhe que não fiz nem foi nunca minha intenção fazer qualquer juízo de valor sobre a sua capacidade política ou sobre a sua pessoa. Seria uma estupidez fazê-lo com base num comentário isolado descoberto num blogue. Todavia, dizer que seria uma estupidez, só por si, não me justifica nem me desmente as intenções, porquanto não sou absolutamente nada virgem em matéria de práticas estúpidas. Mas tem, além disso, a minha confissão de que não quis julgá-la nem avaliá-la. E estou certo que a minha confissão lhe bastará. Eu nunca julgo nem avalio ninguém. Por estritas questões de estilo, não resisto a ser contundente e brutal nas manifestações de discordância. Também pelo tomo contundente e brutal lhe devo um pedido público de desculpas.
Acontece que eu não concordo consigo quando qualifica o dia de hoje como histórico ou que haja alguma razão para estarmos felizes por nos caber tê-lo vivido. É que, ao contrário do que afirma, Obama não é preto e a sua eleição não representa nenhuma novidade substancial.
Abusando da generosidade do dono do blogue (ele não publicará este comentário, se o abuso for excessivo), permito-me citar o que noutro lugar, no dia 7 de Novembro de 2008, escrevi sobre este tema:
Ao contrário do que por aí corre, não creio que a vitória de Obama seja necessariamente a vitória dos descendentes dos antigos escravos que o piedoso Bartolomé de las Casas – angustiado com o sofrimento dos índios que se matavam a trabalhar no inferno das minas de ouro das Antilhas* – recomendou ao imperador Carlos V que importasse de África, para se matarem a trabalhar no inferno das minas de ouro das Antilhas.
Importa compreender o racismo. Na sua essência, este não tem rigorosamente nada que ver com a cor da pele. Tem que ver com algo muito mais profundo: a diferença que não toleramos.
Na verdade, ninguém tem nada contra um outro qualquer por ele ser preto. Tem, por ele ser diferente. Odeiam-se os pretos pela mesmíssima razão que se odeiam os homossexuais ou os judeus, mesmo quando estes são da nossa cor: por serem diferentes. Apenas por serem diferentes.
Ora, se alguma coisa é notória em Obama é que ele não é diferente, não se distingue dos brancos tradicionais, anglo-saxónicos e protestantes. Não tem – como bem notava há dias José Saramago – nariz de batata.
Efectivamente, tirando o irrelevante pormenor do tom escuro da pele, tudo em Obama corresponde a um percurso estimável e consensualmente americano. Obama veste fato e gravata; estudou em Harvard; é alto e magro, como devem ser os líderes; não é suspeito de vender e consumir crack, borrar as paredes com graffitis e liderar gangs de contra-cultura; prega no mesmo tom e com a mesma convicção dos melhores tele-evangelistas. Em suma, é dos nossos e dos nossos nada o distingue. Não é por acaso que o pior ataque que lhe fizeram foi gritar que o nome dele era Hussein, insinuando o seu islamismo, acusação que, se tivesse passado e convencido a opinião pública, o remeteria definitiva e irremediavelmente para o campo do outro, do diferente, do inimigo.
Só que, ao ser dos nossos, Obama corre o risco de deixar de ser dos outros, dos que vieram à força de África, para se matarem a trabalhar nos campos de algodão do sul e inventarem o género musical dolente que fez a fama de Baton Rouge e New Orleans.
Enfim, tudo para lhe dizer que a tomada de posse de Obama não tem nada de histórico ou notável.
Mas sejam quais forem as nossas divergências políticas, notáveis são as suas fotografias que eu, não fosse o seu comentário, permaneceria sem conhecer. O seu blogue vai passar a fazer parte do meu roteiro blogosférico habitual.
É bem verdade o que sugere, BlahBlahBlah. Os arautos, os velhos do Restelo têm sempre razão.
E se era uma honra receber quem melhor escreve o que pensa nesta coisa dos blogs, é um espectáculo ver que se cruza com quem melhor escreve o que sente nesta mesma coisa dos blogs. Patti e Funes, estejam à vontade, estejam como se estivessem em vossa casa. Com sinceridade vos digo terem V. Excªs os dois melhores blogs que eu diariamente leio, nessa medida não deixa de ser curioso que se cruzem aqui.
Tiago,
já te disse que gosto de ti? :)
[Já li, já li. Vou ali dar uma volta ao Porto e já volto. Depois comento. Beijos]
Funes:
Esclarecimentos feitos e aceites, digo-lhe que também não vejo Obama como o Messias, nem pouco mais ou menos e o histerismo mundial que rodeia este homem, leva-me logo à desconfiança, como pode ler neste post.
Aproveito para o convidar a visitar o Ares da Minha Graça - o meu blog principal - que hoje é dia de festa.
Foi um prazer conversar consigo.
Tiago:
Obrigada pelo uso do seu espaço, diplomacia e palavras.
sim...
com toda arazão vamos acreditar que consegue
Nesta altura do campeonato era este o presidente que os E.U.A. precisavam
Nesta urgência de renovar
não duvido que foi uma vitória inteligente para o povo americano
Não esqueçendo nunca ...que diáriamente todos eles se tem que afirmar como uma nação
preocupação lógica face á sua história
Um povo que comemora um dia de Acção de Graça
dando graças a Deus por estarem ali ...naquela terra
Uma comemoração inimaginável em qualquer outro lado do mundo...
precisavam dum presidente assim...
nesta altura
vamos ver se o deixam governar
vamos ver se o deixam aproveitar o apoio unanime da Europa
espero que seja capaz
por todas as razões
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