Maya Ma
Às vezes conheço pessoas de que não suspeitava, nem em imaginação. Não se trata de ficar surpreendido ou encantado, trata-se de ficar estupefacto com a existência de alguém como se fica perante uma espécie de animal que não sabiamos que existia. Vem isto a propósito de uma mulher chamada Maya [ver aqui] e que agora está em Lisboa, depois de ter estado em tantos lugares do mundo e que não parece ter nem idade, nem tempo de vida. Nunca antes me tinha ocorrido que poderia existir uma versão feminina do Corto Maltese, não das mulheres do Corto Maltese, mas dele próprio. Maya fez-me a melhor massagem que alguma vez recebi (e as massagens, como as mensagens recebem-se), com os pés, como os antigos guerreiros tínham aprendido a fazerno distante oriente. "Sim porque aqueles guerreiros sabiam tudo do corpo, tanto para matar, como para curar."
(Foto do Perfil de João Catarino)
João Catarino
Depois há outras pessoas de que também não suspeitávamos e que caminham numa espécie de linha paralela à nossa: os que escrevem às mesmas horas na mesma rua, com as janelas abertas sobre os mesmos cheiros; os que se cruzam nos comboios a horas pendulares, um que vem e outro que vai, dos mesmos lugares sem que nunca se tenham visto. Isto já vem a propósito de um blog onde descubro os cadernos de viagem de João Catarino [ver aqui], que só conheço de hoje mas de que sei pertencer a um mesmo clube de cuja existência, essa sim, sempre suspeitei. O clube de quem descobriu que Lisboa foi feita para ser passeada com um caderno, um pincel e uma caneta à prova de água.
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